depois da tormenta

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depois da tormenta caíram as águas,

boas, que mimam o corpo da semente.

era o acordar da Primavera ausente

por tempos sem fim; por era de mágoas.

no teu olhar vi destroços muitos, ainda..

mas, nem vulto da ira do vendaval;

nem náufragos amores pelo areal

onde um dia foste nácar, foste linda.

os olhos despi depois da tormenta

para mostrar-te as sentinelas caídas,

e as armas, já sem cólera, sem alvo.

e tu, como quem quer, como quem tenta,

veterana de batalhas vencidas,

hauriste tréguas do meu crânio calvo.

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Luís R Santos
Enviado por Luís R Santos em 13/05/2016
Código do texto: T5634434
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