Mísera miragem...

Em silêncio contemplai o horizonte

O veleiro sem rumo logo se afasta

Nenhum aphorismós novo na casta

Sequer a ilusão salobra de ontem...

Repete-se a musa insana. Doce signo!

O que se sabia aqui, ali ninguém sabia

Senão, cavalo-de-fogo dentro da abadia

Jogos de azar e drama no reino indigno

Âncoras fincadas nos confins do mundo

Vosso olho arregalado, lucidez humana?

Ó escarro corriqueiro no fosso profundo!

Ao longe anjos-negros, depois os poetas

Sempre tão humilhados ante a caravana

Dos desordeiros no deserto dos profetas

Gilberto Oliveira
Enviado por Gilberto Oliveira em 14/05/2016
Reeditado em 14/05/2016
Código do texto: T5634968
Classificação de conteúdo: seguro