O Amante e o Pan

Assombra-me saber da artimanha
Orquestrada em imenso sigilo,
Por aquela que na paixão tamanha,
Deixou-me mais teso em meu cochilo.

Maldita! Foi tratada à champanha...
E mesmo assim me roubou aquilo
Pelo qual briguei, fiz até barganha,
Precavendo-me de qualquer vacilo.

Miserável! Criatura medonha!
Iludiu-me fácil na paixão vã.
Enquanto me agarrava à fronha,

Escapou com outro, me deixou “tan-tan”.
Roubou os ingressos deste pamonha,
Foi com o amante assistir ao Pan.



Imagem retirada do Site Olhar Virtual da UFRJ