SONETO FEBRIL

Dei-me a sorte da febre me pegar
e nos delírios quis ser praticante
d'arte da primorosa rosa amante,
oscilando do amor ao adorar.

Quero queimar em ti pelo inflamar,
tocar-te no deleite tão pujante
de um querer voraz sobre o todo e diante
de ti, real e doce, no permear

por entre beijos sós que se entrecortam,
como se eles quisessem se arrancar
no passeio amoroso que se enfeitam.

Vão violentos e quase a naufragar,
emergindo-se no alto agora se almam
num amor feito para se encantar.