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ASSÉDIO [671]
 


Os meus olhos futricam no teu olho
e tu notas o assédio, não recuas,
porque vestes vontades quase nuas,
e eu percebo, ficando mais caolho.
 

A minha alma se lança às praias tuas,
tens encantos ocultos que os recolho;
a cobiça do instante exibe o molho,
nas volúpias de ter-te estou nas ruas.

 Numa chuva de flechas e de setas,
finca-se o teu olhar nos meus olhares,
que são eles também os meus estetas.
 

E os teus olhos de mar, extasiados,
num colóquio de flores nos pomares,
aos meus flertes não botam cadeados.
 

Fort., 18/05/2016.
 
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 18/05/2016
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