SONETO DO AZULEJO PULSANTE

Por esta madrugada o pouco sono
carrega-me à insônia docemente,
parece que um trovão caiu na mente
e o coração demonstra ser o dono.

Há muito tempo os versos são meu trono,
donde eu tiro um punhado de semente,
e de nela plantar, terra dormente,
e cujos corações estou colono.

Daí, torço que nasça meu soneto.
Que seja dos amores ancilar
e faça com a rima e tempo - o dueto.

E elejo-o para Deus, belo amuleto,
azulejo no peito indo pulsar,
que por função maior, nunca obsoleto.