A Morte Boçal
Quando do tempo se esgotar a sagrada cera
E não restar senão a morte,deusa sombria,
Talvez tu clames pelos hinos de harmonia
Ecos da vivencia, na magua que lacera.
Teu coração lírico premio merecera
Da casta virgem a devassa mais erradia,
Ser Don Juan fora tua vivida utopia
Mas mão odiosa as boninas te ceifara.
Na agonia atroz dos suspiros derradeiros
Tateante entre a treva má do ouvido
Ainda aguardando amores verdadeiros
Tu entraras no desalento desmedido
Da morte cruel nos macabros vitupérios
E sucumbiras ao pó sem ter vivido.