CORAÇÃO TAMBOR
 
Quisera inflar-me o peito de alegrias
Que se externam em risos largos, claridades...
Deixando n’alma, traços leves e saudades
E um desfecho de virtuosas melodias
 
Talvez, assim, eu cantaria um outro canto
E feito Sol, atravessasse outras janelas
Em que adentrassem permissíveis, luzes belas,
Azulíneas borboletas e no entanto...
 
Rufla em mim um tambor triste e medonho
Que sempre insiste em despertar-me de um sonho
E me acompanha em descompasso pela vida;
 
Um coração que só espalha incerteza
E só traduz, da alma, um “quê” de tristeza
Em rudes notas de canção descabida.