SONETO SOLITÁRIO

Ó tu, que pelo fado, onde te encontrar?

pode se achegar, estou aqui sozinho

por aqui vais deparar com meu carinho

e no não ter amado, serás tu o meu amar?

O cerrado da solidão me fez um ninho

seus tortos galhos, cenário, pra eu chorar

tuas folhas secas papel para eu poetar:

o silêncio, as agruras, a dor e o desalinho

Segredados a lua em tristes noites de luar

largando o meu árido peito num pelourinho

ali só, nu, macambúzio até o último sangrar

E se você chegar, já tenho a taça de vinho

pra brindarmos, e a ti vou então declamar

meus versos que pra te fiz no meu caminho

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado

11/06/2016, 06'22" – Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 11/06/2016
Reeditado em 05/11/2019
Código do texto: T5664180
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