Profunda madrugada; o frio cortante...

Profunda madrugada; o frio cortante

Driblava as rachaduras da janela.

Rebeca, assaz tremente, fria e bela,

Dormia o sono intenso e delirante.

No sonho: não passava de uma amante

Deitada sobre o seio que a flagela.

Seu rosto macilento em tom querela,

Casava ao seio rijo e palpitante.

Rebeca, despertara de repente

E viu que a sombra imensa era-lhe rente...

Nem pôde dar um grito ou protestar.

Largou-se, desmanchando-se no braço

Daquele desejado e santo abraço...

Jesus ressuscitado em pleno altar!

São Paulo, 12 de Junho, 2016