REENCONTRO
Se não desfiz o nó da desventura
Que me aprisionou na vil solidão,
Foi porque, lançado na amargura,
Encontrei resposta pra’o coração.
E se a encontrei dentro da clausura,
Desesperançoso na escuridão,
Dei-me por feliz por achar a cura
Que se apresentou em contradição.
Da falsa aparência desse arremedo,
Do engano doce tão bem disfarçado,
Fiz-me prisioneiro logo tão cedo.
Mas no sofrimento de um degredado,
Vertendo-me em lágrimas e com medo
Pude, finalmente, em mim, ser achado.
(EDUARDO MARQUES 13/02/16)