De um olhar a seta
Sharik Letak

Dardeja o teu olhar a ígnea seta.
O rastro de fogo ilumina a rua.
A luz do poste treme, treme a lua
Enciumados desta luz tão mais completa.

Me vem a doce dor, dor predileta,
Aquela dor que a ninguém amua,
E se eu me apaixono a culpa é tua
Ou do destino que me fez poeta!

Às vezes o poeta silencia
E por incompetência ou covardia
Não sai da pena a palavra certa!

E ao som da ígnea seta que assobia
Faltam palavras e sabedoria
E o tolo engasga com a boca aberta!

Manhuaçu(MG), 21 de junho de 2.016, 17:00 hs.