Rotina da matina
Rotina da matina
Passos, pássaros, suspiro profundo...
Pálpebras pesadas... dor... luzes esquálidas..
Escassos espaços ao redor do mundo...
Velhas vontades empoeiradas e inválidas...
O gosto amargo do frio vazio matinal...
O corpo muito a contra gosto na vertical,
O rosto refletido num espelho despedaçado,
E o ponteiro apontando o tempo desperdiçado.
A rua nua, o sol ardente, o esbofetear do vento...
Na face um enferrujado e mecânico sorriso
Acenando ao pálido alvorecer de um desalento.
Passo a passo, rumo à repetição do dia-a-dia...
E numa nuvem de ironia, surge um raio impreciso,
Da mais pura esperança para a cura da melancolia.
Washington M. Costa
(24/06/2016)