O ÉBRIO DA PRAÇA
O ÉBRIO DA PRAÇA
Josa Jásper
Essa mulher, que por nós dois passou agora,
Decerto a viste, rindo, a desfilar comigo,
Porquanto a cada dia e em toda noite, outrora,
Tomava assento aqui, onde hoje estou contigo.
Um dia eu a perdi, por culpa toda minha!
E, agora, quando passa e nem me reconhece,
Sentindo que perdi o bem maior que eu tinha,
Eu largo esta garrafa e ensaio a minha prece...
Não peço que ela volte. Apenas quero a graça
De comprovar que bem se lembra desta praça...
Que ainda reconhece o seu amor primeiro...
Que eu morra no seu colo e a minha morte a faça
Saber quem se troquei seus beijos por cachaça,
Meu sóbrio coração foi seu, o tempo inteiro!