CARRO DE BOIS (soneto)

A lembrar do amor, nesta tarde invernada

numa longa distância de mim, está você

que faz o poetar vazio, sem te esquecer

no dia cinzento, no cerrado, sem nada

Vindo na estrada, o carro de bois, a ranger

tal plangor em harmoniosa lenta jornada

rangendo suspiros, gritando saraivada

ao coração, que põe a recordação a doer

E nestes uivos gementes, nesta cruzada

meu pesar sente, tua falta no meu viver

na tarde poente, com magoa adornada

O carreiro segui, aqui eu vou permanecer

lamuriando a solidão na saudade sediada

na alma, qual carro de bois, no seu gemer

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado

07 de julho de 2016 – Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 07/07/2016
Reeditado em 06/11/2019
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