IMPERFEIÇÃO
Não se achou entre as culpas do passado
Uma só que impiedosa apontasse,
E que embora de ti não se olvidasse,
O desterro d'um homem desonrado.
Antes mesmo que assim alguém falasse,
Alteroso, pretenso e arrogado,
Rebateste, em tom demasiado,
À infâmia que, em mentira, te ocupasse.
Não negaste ante as sendas da razão,
As instâncias tão belas, adoráveis
Que te dão carinho e compreensão.
Mas bem sabes que as vias insondáveis
Que perscrutam de vez teu coração
Nem sempre se traduzem bem viáveis.
(EDUARDO MARQUES 25/05/15)