Que fado cruel, tão pesaroso
Que fado cruel, tão pesaroso
Langoroso, infeliz este meu fado
Meu coração cativo em fogo atado
Embriagado em teu vinho duvidoso
Quando me esquivo, mais tenho amado
Almejando o que me faz tão desditoso
Em fogo impuro fico nos grilhões zeloso
E da lucida razão eu tenho abdicado
Assim me perco de mim, nesses desejos
Perco do siso o brilho, os seus lampejos
Desgostoso e com a alma vazia
Teus lábios me seduzem, é feito lava
Me aprisiona quão trincos e aldrava
E renega-me os tratados de alforria