Que fado cruel, tão pesaroso

Que fado cruel, tão pesaroso

Langoroso, infeliz este meu fado

Meu coração cativo em fogo atado

Embriagado em teu vinho duvidoso

Quando me esquivo, mais tenho amado

Almejando o que me faz tão desditoso

Em fogo impuro fico nos grilhões zeloso

E da lucida razão eu tenho abdicado

Assim me perco de mim, nesses desejos

Perco do siso o brilho, os seus lampejos

Desgostoso e com a alma vazia

Teus lábios me seduzem, é feito lava

Me aprisiona quão trincos e aldrava

E renega-me os tratados de alforria

Thiago Araujo
Enviado por Thiago Araujo em 17/07/2016
Código do texto: T5700625
Classificação de conteúdo: seguro