Chamas da Distância

Como podes arder se não conheço
A face do feitiço que encanta,
Que faz da minha saudade um mantra,
A desejar o fim para o recomeço?

Quis a brisa, mas o fogo travesso
Retira o véu da vontade santa,
E te desejo embaixo da manta,
A deleitar-me onde já mereço...

Oh divina chama que me ilude!
Na doce ausência de tua carícia,
Fui te sonhar, pois desejar não pude,

Já que a distância jorra sua malícia.
Vivo a saudade que é menos rude,
Onde tu és a chama fictícia.