SONETO TEMPORAL

Querer os sonhos dos dezessete

Quando já passou do cinquenta

É quimera que pouco se aguenta

Já as horas, nos estende o tapete

De repente, tão frágil, e tão atenta

A vida nos põe atrás dum colchete

Deixa de dar rosas num ramalhete

Pra dar a proximidade dos setenta

É o tempo no tempo por um filete

Pensamento com voz barulhenta

E expectativa grifada num bilhete

Os passos tintos na cor magenta

A idade lenta, o querer em falsete

O amor, ah o amor, este, ementa

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado

agosto, 2016 - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 12/08/2016
Reeditado em 06/11/2019
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