SOM DO CERRADO (soneto)

Escuto o cerrado a cantar, em atroada

Canção do vento, da sequidão, escuto

Numa trovoada, e a emoção em fruto

De silêncio, no coração em disparada

Cada uma melodia deste chão tão bruto

Rasga o planalto numa voz empoeirada

De cantigas pela caliandra emoldurada

De bela cena e de árido hino em tributo

As flores do ipê, caem em fúnebre toada

No ritmo do pôr do sol se pondo soluto

Orquestrando a vida diversa e iluminada

E pela estrada os sons no olhar arguto

Cantam e encantam, minuto a minuto

Os ruídos sonoros do cerrado, escuto!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado

agosto, 2016 - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 16/08/2016
Reeditado em 06/11/2019
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