Espelho
Edir Pina de Barros

A dor do Outro é minha e me maltrata,
ecoa dentro em mim, e me consterna,
aviva o dom do amor, a luz  interna,
que faz valer o bem, vencer bravata.
 
A guerra, que é tão vil, e a tantos mata,
- jamais acaba, até parece eterna -
produz demais tristeza, que me  inverna,
e na garganta, um nó,  que não desata.
 
Carrego-o sempre em mim, nele me vejo,
e sinto a mesma dor, sem medo ou pejo,
que vive nos meus olhos, na retina.
 
Por isso o cantarei em minha lira,
e se algo me constrói, também me inspira
é o Outro, espelho meu, que me ilumina.
 
Brasília,  22 de Agosto de 2.016.

Tela: Pino Daeni

Caixa de Pandora, pg. 47
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 22/08/2016
Reeditado em 27/08/2020
Código do texto: T5736655
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