NORTUNO (soneto)

O silêncio sobrou-me como alento

E o vento ressoa a última vindima

De ilusão... Desagregada da estima

No tempo noturno bem mais lento

O sino da matriz soa em pantomima

Chamando a esperança do relento

Para que se funda ao sentimento

E derrame em fé e não só lágrima

O sono evoca vinho como fomento

A solidão adentra na noite a cima

O relógio no pensamento, tormento

Me busco, e não encontro a rima

Me olho, o passado vira lamento

E o aninar na vigia não aproxima

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado

agosto de 2016 - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 31/08/2016
Reeditado em 06/11/2019
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