O VERBO POETA (soneto)

Sem metáforas, conjuga-se, o amor

Na oração tudo há, perfeito infinito

Varia nas flexões, e nunca restrito

Na alma, no olhar, soma esplendor

Das conjunções, és o verbo bonito

Nas ordenações, é a junção maior

Regulares e irregulares, num alvor

O poeta, então, grifa o seu escrito

Se a favor, ledices, também há dor

Do verbo amar, o poeta não é finito

Vai além da "sofrência", e do ardor

De qual verbo então é o poeta? Dito:

É o do sonhador. Pois neste condutor

Sabe cantar: quimeras com espírito...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

31 de outubro - Cerrado goiano

nascimento do poeta maior Carlos Drummond de Andrade.

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 01/10/2016
Reeditado em 07/11/2019
Código do texto: T5778132
Classificação de conteúdo: seguro