Sobre a dor (2)
Edir Pina de Barros
Depois de tanto amar, depois de tanto
perder-me de mim mesma e de encontrar-me
e de buscar, na vida, um novo charme,
um jeito de estancar, enfim, meu pranto,
compreendi que devo, sempre, amar-me,
agora nada mais me causa espanto,
até beijei a dor que, em versos, canto,
e já não faço, não, qualquer alarme.
Depois de tanto amar, conheço agora,
a força que há, nos ermos, de quem chora
a mágoa, que no peito, assim palpita.
Só quem amou entende esse poder
de tal transmudação, do vir a ser
da dor, que em si contém a paz bendita.
Brasília, 29 de Outubro de 2016.
Caixa de Pandora, pg. 46.
Edir Pina de Barros
Depois de tanto amar, depois de tanto
perder-me de mim mesma e de encontrar-me
e de buscar, na vida, um novo charme,
um jeito de estancar, enfim, meu pranto,
compreendi que devo, sempre, amar-me,
agora nada mais me causa espanto,
até beijei a dor que, em versos, canto,
e já não faço, não, qualquer alarme.
Depois de tanto amar, conheço agora,
a força que há, nos ermos, de quem chora
a mágoa, que no peito, assim palpita.
Só quem amou entende esse poder
de tal transmudação, do vir a ser
da dor, que em si contém a paz bendita.
Brasília, 29 de Outubro de 2016.
Caixa de Pandora, pg. 46.