Soneto da vida eterna

A emoção se recusa a aceitar,

Prefere acreditar em um engano.

A razão vai aceitando devagar

Tentando se amoldar ao novo plano.

A vida se reveste de pesar.

Raro, o vazio se torna cotidiano.

As recordações, que antes eram mar,

Agora são bem mais do que oceano.

Mas, que haja muita fé nesse momento,

Sem nenhum desespero ou desalento,

Sem cólera mediante o mausoléu.

Porque não é assim que a vida se encerra.

Os olhos fechados aqui na terra

Agora estarão abertos lá no céu.