A tormenta do egocêntrico

De rimas secas teus versos se constroem infames

Tua voz rouca brada os gritos de um grande vexame

Ergue os punhos, sente-se grande, um Van Damme

Mas cabisbaixo entras e sai de cada certame

Corre o verbo aos quatro ventos da certeza que tem

De que é impossível estar correto o que não te convém

Do centro do teu ventre és incapaz de ver além

E por quanto espies, tanto não vais quanto não vens

Se acaso cais num buraco ou tropeças, blasfemas

Culpas o mundo, a roda, a luz e a sombra

E levanta ingrato, sujo e orgulhoso

Mais um dia de luta, sofrimento e dilemas

Um dia de nado e remo contra as ondas

Um dia num mundo que te é tortuoso