Sobre a dor (1)
Edir Pina de Barros
Ninguém pranteará a tua dor,
ou abrirá a Caixa de Pandora
que levas dentro em ti. Ninguém pastora
a dor do Outro, seja lá quem for.
Ou estará, também, a teu dispor,
Amargará, a dor, que em ti se ancora,
ou pagará o preço, o juro e a mora
que a vida cobra sempre, com vigor.
Digere a própria mágoa, que em ti pulsa,
aprende, não adianta ter repulsa,
melhor chorá-la agora, em pleno estio.
Verás então que a dor é dócil e fraca,
e, se a defrontas, logo ela se aplaca,
fenece devagar, sem dar um pio.
Brasília, 09 de Novembro de 2016.
Caixa de Pandora, pg. 45
Edir Pina de Barros
Ninguém pranteará a tua dor,
ou abrirá a Caixa de Pandora
que levas dentro em ti. Ninguém pastora
a dor do Outro, seja lá quem for.
Ou estará, também, a teu dispor,
Amargará, a dor, que em ti se ancora,
ou pagará o preço, o juro e a mora
que a vida cobra sempre, com vigor.
Digere a própria mágoa, que em ti pulsa,
aprende, não adianta ter repulsa,
melhor chorá-la agora, em pleno estio.
Verás então que a dor é dócil e fraca,
e, se a defrontas, logo ela se aplaca,
fenece devagar, sem dar um pio.
Brasília, 09 de Novembro de 2016.
Caixa de Pandora, pg. 45