MORTALHA
 
Diante desse adeus tão triste, frio,
Sem expressão, fiquei paralisada
Que sequer esbocei um gesto... nada...
Diante do mutismo e do vazio...
 
Foi como se eu perdesse a vida, o fio
O rumo enfim, e marginalizada
À deriva, perdida em madrugadas,
No denso escuro a procurar um brilho...
 
Estremeci, porém, segui adiante
Sequei os olhos e exigi bastante
Da minha força e garra de viver...
 
Venci a dor, e venci a batalha
Porém a guerra fez-me uma mortalha
Que hoje eu uso p’ra sobreviver....
 
09/11/2016
Ângela Faria de Paula Lima