Eu vejo um rio nos teus olhos baços

Eu vejo um rio nos teus olhos baços,
vertendo, desde a alma, até o rosto,
enquanto o teu sorriso diz o oposto,
a renegar as dores e cansaços.
 
Escapam, pelos teus olhares lassos,
centenas de cardumes de desgosto,
do teu penar, que fica a mim exposto,
por trás de teu sorriso e finos traços.
 
Um rio que murmura e cujas águas
submersas desde a fonte – as tuas mágoas –
desejam, sim, rolar em tua face.
 
Permite que ele escave o teu semblante,
que lave as mágoas, flua e siga adiante
e, assim, a própria vida não se embace.
 
Brasília, 25  de Novembro de 2016

Caixa de Pandora, pg. 30
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 25/11/2016
Reeditado em 27/08/2020
Código do texto: T5834830
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