Pássaro ferido
Edir Pina de Barros

Sou pássaro ferido – voo lento –
a vida me atirou calhau na asa,
enquanto adejo o sangue, aos poucos, vasa
e ,mesmo assim, eu vou cortando o vento.
 
Voar mais alto, muitas vezes, tento,
porém, a minha força é curta e rasa,
e doí-me tanto quando o sol se abrasa,
mas, mesmo em dor, um novo sonho invento.
 
Um pássaro ferido e persistente,
que plana, em pleno céu, e segue em frente,
e busca, muito além, qualquer quimera.
 
E voo, e voo, sempre em rumo certo,
encontrarei oásis no deserto:
a luz do amor, que cura e regenera.
 
Brasília, 07 de Dezembro de 2.016.

Caixa de Pandora, pg. 39
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 08/12/2016
Reeditado em 27/08/2020
Código do texto: T5846913
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