Soneto de Suplica

Nunca trato as lembranças com descaso,

Antes, padeço deste pobre carma,

Que nos compele (poetas) ao ocaso:

É a saudade inutilmente vasta.

Como se não bastasse tal maldição,

Carrego ainda, aqui dentro do espírito,

Um sentimento terrivelmente adscrito

Ás paredes deste ébrio coração

Feito de sangue, que é borrão preto

Maculando meu suposto saber

Calcado em mero achismo tolo e infantil.

Quisera eu ter forças para esquecer,

Como fez ela de um jeito tão ardil,

O amor que guardo feito um amuleto

Paulo Barichelo
Enviado por Paulo Barichelo em 19/12/2016
Reeditado em 20/12/2016
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