Ciúme
Jamais ardi nas chamas de meus infernos,
Pois que queimo teu fogo com desesperos.
No riso fagueiro dos prazeres eternos,
Engendro as vinganças com meus temperos.

Faço tridente o melhor dos meus ternos,
E caio na noite sem mais entreveros.
Busco na luxúria carinhos fraternos,
Entrego-me à carne e seus exageros.

Na quentura do ciúme que nos destrói,
A vida escorre em lavas partidas.
A vingança maldita ao amor corrói,

Pulverizando as ledices prometidas.
Mas se esta solidão também nos dói,
Cinjamo-nos no perdão das despedidas.