Almas em Corpos

Enquanto a alma vive em teu corpo,
O corpo sonha à mercê de tua alma.
Fragmento os instantes com calma,
Saboreando em devaneio absorto.

Nas bravias salivas refaço meu porto,
Nesse balanço a preguiça se espalma.
A alma amolece nem parece alma,
O corpo enrijece em pleno conforto.

Os corpos suados se perdem no tempo,
E as almas revelam toda luxúria.
Abra-se amor! Só mais um momento...

Ao resto do mundo a minha incúria.
Deixa-me sentir o prazer suculento,
Já vou explodir, apesar da lamúria.