Soneto do Cotidiano

A flor na contradição da Urbe

o beijo na contramão do relógio

A vida liquida esquecida no ontem

O amor virtual deixado no teclado

O hoje sendo eterno por um dia

O dia esquecido por ideias voláteis

A razão enfadou-se no mito da fé

A verdade esbarra na multidão de conceitos

O luxo virou o luxo dos pragmáticos

A incredulidade é a fé dos autômatos

Deus é vendido na esquina a preço de banana

A cama virou passeio, o trânsito virou morada

O tempo é o Senhor dos escravos sem tempo

Não vivemos mais nos anos que se passam

Vivemos no cotidiano do ano que já se findou.

Giovani Ribeiro Alves
Enviado por Giovani Ribeiro Alves em 24/01/2017
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