Tréplica ao tempo

A poesia que me esprema

enquanto eu não a deglutir...

Sou poeta: adoro o esquema

e abomino o souvenir...

Tanto de mim esquizofrênico!

Santo: não bebo, nem recuso!

Venha o cálice da orgia, difuso,

vinho da santidade e do arsênico!

Enquanto a sede labuta

e a lembrança retraduz

para o gótico a língua danada...

vejo o mundo beber cicuta,

com febre, inflamação e pus...

Morro feliz - dando gargalhada!