Soneto I

Que meu verso seja cristalino;

Fonte jorrando, pura e mansamente.

Para Narcíso, espelho de sua mente.

Naveguem nele, nínfas sem destino.

E econtrem portos certeiros,

Onde a imaginação as naus âncore.

E lá, das ninfas Baco se enamore:

Rolem na relva, trepem os outeiros.

Contudo, meu verso teimoso,

Insiste em ser mar, correr ao contrário;

Encrespa-se, fica caudaloso.

Transborda, assim, meu verso fogoso,

Num mar que é sítio vicário;

E morre sem métrica, langoroso.

VERSO VICÁRIO E VÁRIO

Ao encontrar teu verso valoroso,

Bem ancorado em águas cristalinas,

Seu versejar que rumos determina,

Ancore como um garanhão fogoso.

O verso assim torne-se o mais ditoso,

Com sua verve que bem nos ensina

A ser feliz cumprindo a sua sina,

Ou acanhado se ficar manhoso.

Num mar de praias como que vicário,

Seu verso tenha sentimento vário,

Lutando com as ondas em combate.

A poesia que pelo mar exibe,

Ecuja a rima proba se proíbe,

É a que canta a métrica do vate.

Interação de fcunha lima

Luiz Eduardo Ferreira
Enviado por Luiz Eduardo Ferreira em 10/02/2017
Reeditado em 08/11/2017
Código do texto: T5908774
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