Abrace esse mal, abrace forte

Abrace esse mal, abrace forte

Abrace esse amor que te maltrata

Desfrute do desdém, da coisa ingrata

Que de ti não vê nada que importe

Amante da apatia e da má sorte

Vergado no jugo do escravocrata

E quanto mais padece, mais acata

E acata em vida a sua própria morte

Pois siga até a morte infeliz

Tu que faz desta sombra o seu juiz

E vê valor na sua desventura

Que seja a sua essência apagada

Lançada para os confins do nada

E que ninguém saiba de sua amargura

Thiago Araujo
Enviado por Thiago Araujo em 17/02/2017
Reeditado em 17/02/2017
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