GAROTA DE PROGRAMA - II

Traz nos seus braços, em chamas, a dor

No riso a cor, das nódoas resentidas

Disfarce no rosto, e no corpo o agror

Das muitas noites em claro, sentidas

Mulheres meigas, por vez, atrevidas

Sábias ou tolas em cru despudor...

Escaras (em decúbito), sofridas

Marcam sua alma com grande rancor,

Muitas, cativas, da tola ilusão...

Promessas feitas por “anjos” pernoite

Chagas se abrem num bom coração

Triste labuta, a da “moça” da noite

Têm dias contados; e sem condição

Doa-se “à vida - entre o caos e o açoite”.

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Bela e reflexiva interação do poeta FERREIRA ESTÊVÃO.

Grata!

Não zombes da prostituta

Ó meiga e feliz donzela

pois ela já foi como tu

e ainda podes vir a ser como ela.

Aila Brito
Enviado por Aila Brito em 02/03/2017
Reeditado em 30/08/2020
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