Ninho Vazio

"Aprendo que a vida é feita de constantes mortes cotidianas, lambuzadas de sabor doce e amargo. Cada fim venta um começo. Cada ponto final abre espaço para uma nova frase". (Rubem Alves)

Ninho Vazio

Meu delicado e doce bem-te-vi!

Emplumou as frágeis asas tão cedo!...

Ousado, alçou o primeiro voo sem medo

Seria inevitável - Antevi!

Meio torto, atrapalhado e inocente

Dominou o céu e passou a voar

Em qualquer direção, sem destoar

Do revoar de aves experientes

Agora, aqui no alto da pitombeira

Resta somente eu e um ninho vazio

E essa estranha paz sem eira nem beira

Em incertas noites de horrenda procela

Encolho as úmidas asas - pousio!

E ainda te sinto latente entre elas

(Edna Frigato)