Reflexões
Edir Pina de Barros
 
Quando passar o tempo pelos vãos dos dedos,
Veloz, varrendo tudo em nosso  chão de outono,
Infando, a estilhaçar os nossos sonhos ledos,
Após tirar-nos tudo, a luz do amor, o sono.
 
Atroz em seu passar, senhor da vida, o dono,
Nefando a controlar o eterno e os seus segredos,
Feroz passando assim, da morte o vil patrono,
Lavrando o chão dos dias, semeando medos.
 
Senhor da eternidade, do universo infindo,
Deténs fatal poder – e tu o exerces rindo –
Pastor a recolher ovelhas para o abate.
 
Se somos teus reféns, no plano da matéria,
Jamais terás, um dia, a força deletéria,
que finde a eterna luz, que o teu poder rebate.


Brasília, 30 de Marça de 2017. 
Publicada primeiro no facebook e ora revisto

 
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 03/04/2017
Reeditado em 26/07/2020
Código do texto: T5960220
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