ALPENDRE
Do alpendre ao entardecer bem se ouvia
O balançar dos galhos no arvoredo;
E o gorjear firme do passaredo,
Acalmava as almas qual sinfonia.
Era um regozijo espantando o medo.
Doce e envolvente, tenra melodia!
Natureza excelsa que em harmonia
Não se permitia qualquer arremedo.
Saudades do alpendre de minha infância!
Cumplicidade com tanta importância
Que o tempo em minh’alma não apagou...
Hoje, lembrança, somente restou...
Em memórias vãs busco no passado
Aquele lugar onde era abraçado.
(EDUARDO MARQUES 04/04/17)