O crepúsculo dos homens

No frescor da vida não se alerta o homem,

posto que vive de chama e de energia,

e nessa chama que arde todo dia

um verme intermitente lhe consome.

É peste que lhe assopra feito o vento

e assola todo o corpo, toda a massa

e, malandramente ri e diz que passa

como implacavelmente passa o tempo.

E assim caminha o homem são

que espera o pulso forte da razão;

não antes de provar todo o veneno,

e viver intensamente de emoção.

Mas, ao entardecer, vive amiúde,

tentando recompor sua saúde.

José Freire Pontes
Enviado por José Freire Pontes em 14/04/2017
Reeditado em 05/12/2017
Código do texto: T5970964
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