O crepúsculo dos homens
No frescor da vida não se alerta o homem,
posto que vive de chama e de energia,
e nessa chama que arde todo dia
um verme intermitente lhe consome.
É peste que lhe assopra feito o vento
e assola todo o corpo, toda a massa
e, malandramente ri e diz que passa
como implacavelmente passa o tempo.
E assim caminha o homem são
que espera o pulso forte da razão;
não antes de provar todo o veneno,
e viver intensamente de emoção.
Mas, ao entardecer, vive amiúde,
tentando recompor sua saúde.