Tristeza
Edir Pina de Barros
 

Nesses dias, sem sol, em que a  tristeza
com véus de nuvens densas tudo enlaça,
e a vida perde todo o encanto e graça,
a frágil alma fica à morte presa;
 
difícil se manter a paz, leveza,
enquanto o sonho, aos poucos, se esfumaça,
a intensa dor se escorre na vidraça,
e forma, dentro o peito, uma represa.
 
Soturnos dias, feitos de aspereza...
Mas tudo vai passar e, com certeza,
o sol retirará, da face, o véu.
 
Sem sol,  não há sequer as simbioses,
que a luz provoca, nem metamorfoses
que possam transmudar o sal em mel.
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 27/04/2017
Reeditado em 26/07/2020
Código do texto: T5982752
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