Eu sou aquela
Edir Pina de Barros

Eu sou aquela que driblou a própria sorte
que se encontrou sem nunca andar de si perdida,
a que estancou o sangue fluido da ferida,
que a superou sem nunca ter qualquer suporte.
 
Eu sou aquela que enganou a própria morte,
a que voltou de seus umbrais, buscou saída,
a que venceu depois de andar demais vencida,
e renasceu do pó das cinzas livre e forte.
 
Porém se eu não driblasse a sorte o que seria
de mim? De meu viver? De minha travessia?
Talvez a sombra de quem sou, ou mesmo nada.
 
Exatamente por ser frágil – eu assumo –
persigo sempre, sem cessar, o norte, rumo,
cabeça erguida, erguida sempre a minha espada
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 15/06/2017
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