Soneto de resiliência
Eu andava sombrio, nem morto, nem vivo
Melancólico, taciturno, atrelado ao desalento
Perambulando a esmo atrás de um motivo
Que me trouxesse outra vez contentamento.
O suplício inenarrável, inconsequente
Do meu descontentamento demasiado
Era a torpe causa, amiúde, indecente
Do meu pobre espírito atribulado.
Não aceitei a derrota como última sentença
Voltei a enxergar a ternura da vida
Passeei de mãos dadas com a resiliência.
E assim minha esperança retornou triunfante,
Em plena desenvoltura, renascida como fênix:
E eu que achava que sofreria para sempre...