Morre então, outra vez, o porta-aurora
Morre então, outra vez, o porta-aurora
Nos limites vítreos de nossa mãe
Fosca treva cai remetendo a Pã e
Solidões passeiam madrugada afora
Se forço a noite aos orbes coloridos
Não vejo senão negro imóvel céu
Coberto por impenetrável véu
Faíscas não há, nem sequer ruídos
Na selva fantasma monocromática
Não vejo do leite gota nenhuma
E a dama argêntea, serena, persiste
Assim por toda volta sempre estática
Erro sem ter de guia estrela alguma
Mas sei que a luz por trás do vidro existe