Quem sou eu?

As vezes nada sei; nem quem eu sou também
Quem sou? Um avantesma, uma miragem!
Sou um nada, me confundo com a paisagem
Ou apenas um talvez, um não, ou porém!

Não me sinto aqui, nem ali, ou mais além
Sei lá, posso ter o vento como roupagem
Ou, num espelho, sou reflexo, sou imagem
Um espectro que sequer consistência tem.

Mesmo um verme que um dia quis ser homem
O qual, quando contemplado seus atos somem
Como fora alguma simulação de vento

Pois não ser, parece um dos meus tantos fados
Por desconhecidas maldades e pecados
E desta existência possivelmente isento.
Jair Lopes
Enviado por Jair Lopes em 01/08/2017
Código do texto: T6070903
Classificação de conteúdo: seguro