Um cachorro qualquer

Sob escaldante Sol de meio-dia

Queimando a sola num asfalto quente

Muito barulho, fumaça, agonia

"Quem dera matar 'ssa sede frequente!"

A todo tempo um desmaio iminente

Com sede, com fome e sem companhia

Maltratado por quase toda gente

Agora absorto numa noite fria

Temido e temente, sujo e perdido

Revirando lixo, desiludido

Sem um ossinho na boca sequer

Invisível, ao relento, sem lar

Como se esperasse a morte chegar

A não-vida de um cachorro qualquer

Pedro Paz
Enviado por Pedro Paz em 08/08/2017
Código do texto: T6077892
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