Tinta de Lágrima

Agora, este meu cálice, segredo;

Quem escuta a cabeça de Orfeu,

Faminto poeta, teu verso morreu

Na folha da memória diante ao medo

O vinho do qual toma é um veneno,

Ninguém se importa amar tão livremente,

Pois a cobra circunda e me condeno

A tomar as decisões mais duramente.

Como a vela se apaga, o tempo rege,

Reflito ao deparar o crânio velho

E, busquei tal amor que te protege

Assim como a abelha produz mel,

Meu sem doce ficou - e te revelo

Minha vida: um caminho sem o céu.