Alimento do tempo
 
O tempo inspira enquanto eu só respiro
Quase alheio em meio às perdas eventuais
São micro intervalos que esta ausência traz
Sinais mudos, pálidos sem movimento ou brilho
 
São forças recrutadas para lutas vãs
Concentrações formadas sem uma guerra à vista
Esperas, prontidões, vigílias que implicam
Em energias prontas sem certo amanhã
 
Mobilizações furtivas megeras que assistem
O desenrolar sem sono na cama ou divã
Como se não fossem constar dessa lista
 
Sem outra opção o veneno se agita
No sonho acordado, versos sem elã
Vida que o alimento o tempo só cogita